Angra dos Reis, 08 de Novembro de 2024
Caros Associados e Associadas,
Estamos observando que a alta administração da Eletronuclear tomou a decisão de realizar a Parada 2P20 fora do modelo padrão que, historicamente, sempre nos trouxe bons resultados. Não temos informações claras sobre os estudos técnicos e financeiros que embasaram essa escolha tão distinta das práticas anteriores.
É evidente que a ausência de um relatório financeiro detalhado, que expresse de forma transparente os possíveis prejuízos dessa decisão, gera uma grande desconfiança. Exigimos que esse relatório seja disponibilizado de maneira pormenorizada, com a identificação dos responsáveis, para que os órgãos fiscalizadores possam analisar adequadamente. O que o Tribunal de Contas da União (TCU) diria diante dessa situação?
Em relação ao planejamento da Parada, sabemos bem como uma Parada deve ser organizada. No entanto, diante das incertezas sobre a participação integral dos trabalhadores nas tarefas programadas, não há garantias de que todos os trabalhos previstos serão executados. Aparentemente, está sendo dada prioridade apenas aos sistemas críticos para o retorno da usina, reduzindo assim o tempo de Parada. No entanto, esse é o ponto de partida para problemas futuros. A não realização de atividades durante a Parada pode comprometer os índices de Segurança Nuclear, aumentando o risco de equipamentos ficarem indisponíveis por falta de manutenção. E neste contexto, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) deveria se posicionar.
Por que não o fez?
No aspecto técnico, destacamos que a manutenção em equipamentos classificados como nucleares é muito diferente da realizada em equipamentos de indústrias convencionais. A rastreabilidade e o controle rigoroso de equipamentos altamente sensíveis da Usina são primordiais, e o compromisso dos trabalhadores da Eletronuclear em manter esse controle precisa ser respeitado. Esperamos que essa prioridade seja preservada.
Gostaríamos de lembrar que fazemos parte de um projeto de longa data, e que essa trajetória não foi fácil. Aqueles que hoje nos criticam na mídia, e que nunca contribuíram com um esforço para este projeto, desconhecem o quanto somos pioneiros. Fomos nós que construímos, comissionamos e integramos esse grandioso projeto nuclear ao sistema elétrico nacional, sempre com o mais alto padrão de Segurança, superando o ceticismo e dominando uma tecnologia extremamente complexa.
E nunca esqueceremos que o setor nuclear teve um custo alto para muitas famílias que se sacrificaram ao longo do caminho para que pudéssemos chegar até aqui. Nossas homenagens a todas elas.
Por fim, lamentamos o estado de abandono dos jardins da Usina, que reflete um sinal claro das prioridades que estão sendo deixadas de lado.
A ASEN somos nós, nossa força, nossa voz!
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